Acabo de ler no suplemento Actual do Expresso que Annie Leibovitz, a grande fotógrafa americana, está, basicamente, falida. Triste notícia, ver Leibovitz hipotecar - literalmente - o seu trabalho, passado, presente e futuro, o talento agora subjugado à falta de jeito para a contabilidade e, quem sabe, a qualidade de trabalhos como os expostos em A Photographer's Life, 1990 – 2005 nunca mais repetida. Para já, e para bem dos nossos pecados, a câmera de Leibovitz parece não se ressentir. É só dar uma olhada à produção para promover a 3º temporada de Mad Men (que está quase aí, bendito Agosto) para a Vanity Fair para perceber que não há conta a zeros leve a arte da mulher.
Aos 63 anos, Robert Crumb é tido como uma das figuras mais proeminentes do movimento underground comix, e considerado por muitos um dos mais notáveis artistas do século XX. É também uma espécie de génio louco. Não, Crumb não padece de qualquer distúrbio mental – é tão são como qualquer um de nós. Mas a excentricidade e a controvérsia são quase parte integrante da sua obra: a forma caricatural como desenha a mulher e o nu, o arrojo audaz a nível gráfico e sexual e a forte e aguçada crítica racial granjearam-lhe um número impressionante de críticos e um número ainda maior de profundos admiradores. Não se parece importar com uns ou outros – vive no alheamento, no Sul de França, e rejeita a fama e a sobreexposição que esta acarreta. Trabalha pela arte, não pelos créditos, e o seu maior crítico é ele próprio: pediu desculpa por vários elementos mais extremos dos seus trabalhos, chamando-lhes “masturbatórios”. Crumb, documentário homónimo realizado pelo amigo Terry Zwigoff em 1994, figura, incontornável, no panteão da não ficção da década de 90, e oferece-nos uma visão única da vida e família disfuncional de um dos grandes nomes da contracultura do último século.
Um dia, foi-lhe pedido que ilustrasse a capa de um álbum dos Rolling Stones. Recusou, por detestar a música da banda de Mick Jagger. Que mais seria de esperar de um amigo de Harvey Pekar?
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