Que Joss Whedon é uma mente em efervecência não há grandes dúvidas. Agora que o criador de Buffy, em plena greve dos argumentistas, tirasse da cartola um musical de super-vilões(!) é que ninguém esperava. Dr. Horrible's Sing-Along Blog narra a saga de Dr. Horrible (Neil Patrick Harris), um cientista do mal em busca de fazer parar o tempo e do seu antagonista, o super-herói Captain Hammer (Nathan Fillon). O projecto - dividido em três partes - será apresentado online nos dias 15, 17 e 19 de Julho. Entretanto, vale a pena passar pelo site oficial do que se espera ser mais um exercício tresloucado do génio de Whedon, quanto mais não seja para ler a sua hilariante declaração de principios.
Parece que me ouviram: além de presentear as gentes da capital com mais um concerto na ZdB, Bonnie ‘Prince’ Billy actua no Porto, no bar O Meu Mercedes é Maior que o Teu, a 13 de Julho. Já lá ‘tou.
Num extra da edição em DVD do fabuloso A Matter of Life and Death (Powell e Pressburger, 1946), o director de fotografia Jack Cardiff conta que, durante a pré-produção do filme, virou-se inocentemente para Michael Powell – com quem trabalhava pela primeira vez –, perguntando-lhe se pretendia que as cenas no Paraíso fossem rodadas a cores e as na Terra a preto e branco. Powell ripostou: “Não, isso é o que toda a gente espera. Vamos fazer ao contrário”. E, para belo efeito, fizeram ao contrário: Terra a cores, Paraíso a preto e branco. Os filmes dos Arqueiros, aliás, foram sempre melhorados por fotografias memoráveis – veja-se o definidíssimo preto e branco de I Know Where I’m Going! ou o cromatismo quase caricatural do Colonel Blimp. No ano seguinte, com Black Narcissus, a arte de Cardiff atingiu o cume: recorrendo a pinturas de paisagens em grande escala (o filme foi na sua maior parte rodado em estúdio), Cardiff recriou uns Himalaias plenos de profundidade, num tecnicolor ofuscante que praticamente respira por si próprio. Falsa delícia visual: cada vez que a Irmã Deborah Kerr ia tocar o sino apetecia-me saltar.
Depois de Apologies to the Queen Mary, que é só um dos grandes álbuns deste século, pedir-se-ia mais aos Wolf Parade. E daí talvez não. Este At Mount Zoomer - o nome do estúdio do baterista Arlen Thompson - não será tão imediatamente genial quanto o primeiro trabalho desta rapaziada de Montreal. Na verdade vai faltando algum sentido de canção nos tomos menos ritmados. E não há uma I'll Believe In Anything. Mas felizmente vai fermentando e vai crescendo no dramatismo de Call It A Ritual e no entusiasmo juvenil de The Grey Estates - que de cinzenta não tem nada! - e Soldier's Grin. E no final de contas Kissing The Beehive é o paradigma do álbum: um bolo, às vezes pesado e de degustação lenta. Mas saboroso, como convém.
George Carlin (1937-2008)
Para além de chamadas e mensagens, uma das nossas três operadoras móveis - que não vou dizer o nome, apenas que começa com op e acaba em mus e abusa do laranja - também oferece a oportunidade de ver, com excelência na qualidade de som e imagem, o que se vai passado por esses palcos de Portugal. Portanto para quem não teve dinheiro, disponibilidade ou pura e simplesmente vontade de ver Cat Power, The National ou Animal Collective em modo presencial pode sempre entrar aqui. É provavelmente o mais perto que se poderá estar da musa de Karl Lagerfeld, dos berros estridentes (aqui muito mais, chiça!) de Matt Berninger e do, pelos vistos, não-concerto dos rapazes da geleia de morango. Usufruam, se faz favor.
Feliz o país que, do alto da sua pequenês, consegue em dois dias conjugar, numa só cidade (a do costume), dois monstros e um petiz que, silenciosamente, para lá caminha. Tristes as organizações que permitem que os fãs do primeiro dos monstros e do tal petiz – e muitos deles são, com certeza, os mesmos – se vejam forçados a escolher. Optando pelo segundo, preterem o primeiro; optando pelo primeiro, preterem o segundo e levam com uns e outros que nada têm a ver com o acto principal. E lá tem a idade que ser um posto.
Stan Winston 1946 - 2008
O meu muito obrigada a Michael Patrick King por quase destruir a devoção que tinha por estas quatro senhoras. Por fazer de Miranda uma mulher sofrida e de Carrie adolescente volúvel outra vez. Por apatetar ainda mais Charlotte e por ter tornado o que já foi uma das mais ícónicas séries de televisão da história das séries de televisão num borrão de clichés. Demasiado comprido e abundante em overacting, Sex and the City versão grande tela é, mais do que um episódio muito grande da série, uma temporada medíocre condensada. Acabou-se, sem dó nem piedade, o mito das mulheres que eu quero ser. Valha-nos Nova Iorque, a Fashion Week, os modelitos, Samantha - porque é a mais equilibrada das personagens da estória - e os Manolos. Os Santos Manolos...
No rescaldo daquela que foi, até ao momento, a melhor partida do Euro 2008, feito devido sobremaneira a uma selecção laranja bem oleada e a trabalhar a todo o vapor, e pensando em todos os desafortunados que, como eu, não têm acesso à SportTV e portanto se vêm remetidos a acompanhar metade da competição reservando (a custo…) a sua quota-parte de audiência para a TVI, assola-me a ideia, pouco surpreendente, de que o comentador escolhido pela estação de Queluz para o jogo – o mesmo senhor que nos tem guiado durante os jogos de Portugal e, se a memória não me atraiçoa, que vem comentando os jogos extra-europeu transmitidos pelo canal – é dono de tanto talento para a coisa quanto o que a Amy Winehouse possui para a abstinência. Bajulações saloias na direcção de todo o jogador que faça uma jogada vistosa, enfáticos mas que jogo! em modo repeat, um TVIismo deprimente e uma capacidade inenarrável para dizer a coisa errada no momento errado, enfim, e futebol, que é o que se quer, muito pouco. Características da geração rebelde de comentadores desportivos, talvez.
Um dos discos com data de lançamento anunciada mais aguardados por estas bandas chama-se Stay Positive e é o quarto da melhor banda de bar do Mundo, uns gajos de Brooklyn que dão pelo nome de The Hold Steady. Sequestered in Memphis, o primeiro single, roda pelo myspace da banda há semanas e já foi por aqui alvo de sucessivas audições; a novidade é que desde o início da semana lá moram também as restantes canções do álbum, mais de um mês antes do seu lançamento oficial em formato físico, para deleite desenfreado dos mais ansiosos. Curvai-vos.
Os Pete and The Pirates são o que se pode chamar uma banda simpática. Pop-rock orelhuda aqui, mais lo-fi ali mas sempre com uma certa aura de infância solarenga e feliz - eles que vem de uma Inglaterra mais quente do que estamos habituados - que paira e que dá vontade de bater o pé. E mesmo que no final fique aquela sensação do já-ouvi-isto-em-algum-lado o sorriso fica sempre, entre o sarcástico e o aconchegante das letras e dois ou três grandes temas - Song for Today e Knots à cabeça. Para primeiro álbum, bom esforço este Little Death.
À primeira audição, não fico impressionado nem desapontado pelo monumental (80 faixas, bem menos canções) díptico de Manel Cruz enquanto projecto Foge Foge Bandido; a coisa deixa-me, pior ainda, depressivamente indiferente. Não li o livro, suposta crónica dos 10 anos encapsulados nos dois discos, nem dei a estes a toda atenção que provavelmente merecem, mas distanciou-me a sensação (que se previa…) de sobrelotação, e a de “o que é que isto está aqui a fazer?” relativamente aos diversos skits que povoam o caminho – penoso – de canção para canção. Comparação tão inevitável quanto injusta, mas enfim: os Ornatos, esses, já não moram aqui.
...entrarão algum dia aqui?
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